Maré alta e vento forte provocam estragos em Florianópolis e no litoral catarinense (SC)

Alerta de ressaca deve seguir pelo menos até esta quinta-feira

Canasvieiras foi um dos bairros mais afetados na Capital - Flávio Tin/ND
Canasvieiras foi um dos bairros mais afetados na Capital - Flávio Tin/ND
A semana que começou com sol e tempo firme em Santa Catarina surpreendeu pescadores, moradores e comerciantes que vivem à beira-mar. A maré alta, combinada com vento, causou estragos em Canasvieiras e Ingleses, na Capital, e em vários pontos do litoral do Estado. Um dos locais mais atingidos foi a orla das praias de Barra Velha, no norte catarinense, que teve 20 residências danificadas pela força da água do mar, conforme a Defesa Civil, que mantém o alerta de maré alta até quinta-feira (25).

O ponto alto da maré se deu na madrugada desta terça (23). Ao se depararem com a ameaça da ressaca, os moradores procuraram conter o avanço do mar fazendo um muro de pedras com o objetivo de diminuir o impacto da força da água. Os estragos são visíveis desde a sujeira trazida pelo mar, até a danificação em estruturas de concreto.

Conforme o agente da Defesa Civil de Florianópolis, Marcos Roberto Leal, a maré subiu devido a uma forte pista de vento, que persiste na região Sul. “Nesta quarta-feira teremos uma reunião na Secretaria de Infraestrutura do município para organizar a limpeza dos locais atingidos e reestabelecer a iluminação pública”, disse.

Em Canasvieiras, o comerciante Paulo Roberto R. de Oliveira, 48, conta que o mar subiu muito rápido e que assustou a quem assistia. “Foi repentinamente e sem controle. É a natureza querendo o que é seu. Havia ondas altas e fortes na beira da praia, invadindo bares e restaurantes. O ápice ocorreu por volta das 10h de segunda-feira. Agora a maré já está mais calma, mas ainda anormal”, ressaltou Oliveira. 

Norte da Ilha

Os estragos provocados pela ressaca eram visíveis nesta tarde. Em Canaesvieiras, toda a frente de um bar foi derrubada pela força da água. No interior do estabelecimento foi necessário realocar todos os móveis, evitando o risco de desabamento de mais uma parte do bar.

Próximo do local, uma residência ameaçava cair depois que o muro de aproximadamente 3,5 metros foi atingido pelas ondas, obrigando a Defesa Civil a monitorar a área. “É considerado risco neste momento o que ameaça a vida de uma pessoa. Se o muro cair, corre-se o risco da residência desabar para a orla também. Por isso estamos monitorando o local durante todo o dia para evitar que algo grave ocorra com os moradores da casa”, destacou Marcos Roberto Leal da Defesa Civil. A reportagem tentou conversar com a família, mas não foi atendida.

O garçom Edimilson Gonçalves, 41, que há 13 anos trabalha na região, disse que jamais tinha visto algo parecido. “Tão forte assim nunca tinha presenciado. Deu medo. Aqui no restaurante tivemos apenas a escada da frente danificada, pouco se comparado aos estragos de outros lugares”, conta ele.

Falta de luz

Na praia dos Ingleses, moradores próximos da orla trabalhavam com marreta e cimento construindo uma proteção nas casas e restaurantes, para impedir que a força da água do mar não cause mais estragos. Na região, os maiores danos foram na rede elétrica com a grande quantidade de postes e fios derrubados e arrastados para o mar com força da maré. Moradores reclamam da falta de energia elétrica na região, que conforme dados da Celesc até esta noite registravam 125 clientes sem energia elétrica em Florianópolis, todos no Norte da Ilha.

A Celesc, por meio da assessoria de imprensa, informou que está ciente dos casos sem energia e que já esteve nos locais estudando as condições. Depende, no entanto, que a maré volte a baixar para que os trabalhos de normalização da rede possam ser feitos, pois há muitos fios e postes presos em pedras e dentro da água.

Fonte: www.ndonline.com.br

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