Moçambique e Tanzânia defendem reforço da proteção costeira

Os governos de Moçambique e da Tanzânia defenderam hoje em Maputo a necessidade do reforço da proteção costeira, realçando que os dois países partilham uma zona marítima com recursos naturais, principalmente reservas de gás.


As diplomacias de Maputo e Dar-es-Salam apontaram o imperativo da cooperação na área marítima, durante conversações entre delegações dos governos dos dois países, no âmbito da visita de dois dias que o Presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, realiza a Moçambique.

"No domínio da defesa e segurança, foi vista (durante as conversações bilaterais) a necessidade de estreitar a cooperação na proteção costeira, tendo em conta que a zona marítima conjunta alberga reservas de gás", assinalou o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi.

Enfatizando que Moçambique e a Tanzânia não têm nenhuma "pendência" em relação ao traçado fronteiriço, uma vez que ambos os países concluíram o processo de demarcação fronteiriça há três anos, Baloi sublinhou que ambos os países devem empenhar-se na proteção efetiva dos seus recursos energéticos.

"As fronteiras entre Moçambique e Tanzânia estão demarcadas, mas as jazidas não têm fronteiras, as fronteiras são artificiais e, por isso, há a necessidade de ambos os países garantirem uma proteção costeira efetiva", afirmou o ministro moçambicano.

Os dois países também reiteraram o desejo de construir uma segunda ponte sobre o rio Rovuma, que liga Moçambique e Tanzânia, como forma de incrementarem as relações comerciais e responder ao desafio do continente de promover a integração, acrescentou Oldemiro Baloi.

O chefe da diplomacia moçambicana adiantou ainda que foi igualmente estudada a possibilidade de remoção de pagamento de vistos para estudantes, visando impulsionar a cooperação no ensino.

No âmbito da sua visita de dois dias, além de se ter encontrado com o homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, Jakaya Kikwete vai também reunir-se com a presidente da Assembleia da República de Moçambique, Verónica Macamo, e participar num banquete de estado oferecido pelo chefe de Estado moçambicano.

Moçambique e Tanzânia partilham uma extensa linha de fronteira na região norte e esta zona é habitada por populações com uma identidade etnolinguística comum.

A Tanzânia foi um forte aliado da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder em Moçambique, durante o tempo da luta contra o colonialismo português, tendo acolhido a sede do movimento e as suas primeiras bases.

Fonte: noticiasaominuto.com

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