Maré alta causa estragos em enrocamento na Praia de Boa Viagem (PE)

Pedras de concreto estavam desarrumadas e pedras pequenas que ficam embaixo de outras maiores estavam na faixa de areia

Estragos em frente ao Parque Dona Lindu  / Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Estragos em frente ao Parque Dona Lindu
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
A maré alta dos últimos dias provocou estragos no enrocamento responsável pela contenção do avanço do mar na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. São 2,5 quilômetros de extensão entre a Pracinha de Boa Viagem e o Edifício Castelo Del Mar. Nas proximidades do Parque Dona Lindu, placas de concreto ficaram desarrumadas e algumas pedras menores, que ficam embaixo de outras maiores, saíram do lugar. Além disso, a água está levando a areia que sustenta a barreira. A tendência é a erosão se agravar se não houver manutenção, porque estão previstos dias de maré alta e ventos mais fortes este mês. Só ontem, por exemplo, o mar atingiu 2,6 metros às 5h.

Em julho, agosto e setembro são registradas as maiores médias de velocidade de vento no Nordeste. O impacto gera grandes ondas. “Nesses meses, registramos velocidades acima de 10 metros por segundo. Somado à maré alta, intensifica a erosão na área costeira. Um exemplo é a ressaca que ocorreu entre 15 e 19 de julho, quando ondas com 4 metros de altura coincidiram com a alta amplitude de maré de 2,4 metros. É preciso manter monitoramento para avaliar comportamento da condições oceânicas. Só assim poderão ser feitas intervenções eficientes”, afirma o chefe do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alex Costa.

Moradores e frequentadores de Boa Viagem já perceberam que o mar está mais violento nesta época do ano. O vendedor Cristiano Barbosa, 42 anos, trabalha em um quiosque próximo ao Parque Dona Lindu e afirma que a água invadiu o ponto comercial várias vezes no mês passado. “O vento está mais forte. A barreira ameniza a situação, mas não vai segurar ondas maiores”, relata. Já o professor Heider Rodrigo, 26, acredita que faltam ações mais rigorosas. “O enrocamento é um paliativo. Sempre vejo os funcionários colocando areia ou mexendo na estrutura, mas isso não é suficiente”, afirma.

REPAROS

A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informa que realizou serviços de reparo no enrocamento ontem, para colocar as placas no lugar. Também garante que realiza constantemente o monitoramento na barreira. Devido às fortes chuvas do mês passado, 25 pessoas vão trabalhar na reposição das pedras nas próxima semanas. A equipe recebeu reforço de 10 pessoas. Para a execução dos serviços, eles têm sempre à disposição uma pá mecânica e uma escavadeira, já que há pedras com mais de uma tonelada no local. Por ano, são gastos R$ 1,8 milhão na manutenção do trecho.

Fonte: JC / Ne10

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