Mar avança e obriga moradores a saírem de casa em Marataízes, ES

No total, 16 foram condenadas e outros 33 estão em situação de risco.
As residências estão sendo monitoradas deste o início de março.

Os estragos provocados pela força do mar estão obrigando moradores da Praia da Areia Preta, em Marataízes, no Sul do Espírito Santo, a deixarem as casas. Com a força das ondas e o avanço do mar, diversos imóveis já foram danificados. De acordo com a Defesa Civil, 14 residências já foram desocupadas, 16 foram condenadas e outras 33 estão em situação de risco. Com isso, muitas famílias têm ido para casas de familiares ou ocupado quartos em um hotel da região.

Uma das residências danificadas foi a da cantora Dayane Silva. "Tem pouco mais de uma semana que a maré começou a encher. Meu tio estava aqui, aí na madrugada ele ligou avisando que a maré estava muito perto, chegando, batendo e jogando água lá em cima. A gente esperou até de manhã, quando a gente chegou já tinha caído tudo", disse.

De acordo com a Defesa Civil, as residências estão sendo monitoradas desde o início de março. Os moradores que vivem em imóveis com algum risco estão precisando deixar os lares. Neste domingo (23), idosos foram retirados com o auxílio de uma ambulância. "Nós elaboramos um laudo de instabilidade das residências, dos prédios que aqui estão, e o engenheiro fez o laudo dele. Em posse desse laudo e de um laudo da defesa civil, nós levamos até a Justiça e mostramos a necessidade de ser desocupada essa área, visto que tem famílias aqui que estão em áreas de risco, de eminente desabamento", explicou o coordenador da Defesa Civil, Anderson Gouveia.

Para quem passou toda a vida no local, a sensação que fica é de perda. Esse é o caso de um casal de idosos que há mais de 60 anos mora no local. "Em sessenta e três anos nunca vi uma coisa dessa. Nunca saímos de casa. Nunca. A minha filha abriu a casa e me agasalhou. E se não fosse a filha, onde eu ia morar?", questionou a mulher.

Nesses casos, os moradores estão sendo levados para uma hotel da região. O pescador Paulo Roberto trocou uma casa de cinco cômodos por um quarto que ele divide com a mãe e a irmã. "Eu prefiro fazer isso, é mais seguro. A minha vida eu acho que vale mais do que tudo. Porque o imóvel vai e volta, a gente constrói de novo, agora a vida da gente, não", concluiu. Os móveis estão sendo levados para uma galpão da Prefeitura de Marataízes.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, ninguém vai ficar sem casa. "Todo mundo tem a destinação certa. Tem pessoas idosas, crianças, famílias que a gente tem que respeitar o espaço. Ninguém vai fica na rua. Então o primeiro passo é tirar e ir para o hotel. O segundo passo é ação social. Só vão sair do hotel com um destino certo, ou um aluguel social ou uma casa para eles", completou Anderson.

Parte das casas estão sendo destruídas com a força do mar (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Parte das casas estão sendo destruídas com a força do mar (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
* Com colaboração de Cláudia Bonutti, da TV Gazeta Sul
Fonte: G1

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