Proteção costeira em Alagoas: Pesquisa indica eficácia do bagwall


Pesquisa desenvolvida durante o TCC do CESMAC, realizada pelo engenheiro Marco Antônio de Lyra Souza Filho, indica que dentre as obras de proteção costeira utilizadas no litoral de Alagoas, o Dissipador de Energia Bagwall é a solução de engenharia que mais se adequa a recuperação da praia recreativa e da paisagem natural.

A crescente ocupação da zona costeira aumentou significativamente a demanda por obras de infra-estrutura. As mudanças climáticas que estão em curso, onde a elevação do nível do mar é um fator agravante, provocam erosão costeira em áreas urbanizadas e contribuem também para ocorrências de enchentes e enxurradas, levando pânico para as populações litorâneas e ribeirinhas.

As obras de proteção costeira são usadas e projetadas com o objetivo de mitigar a erosão costeira controlando o avanço do mar sobre pessoas e bens. Assim, como em vários litorais brasileiros, o Litoral de Alagoas apresenta o problema da erosão. Devido a isso, percebemos a importância de pesquisar as obras de proteção que feitas em Alagoas e o modo como o Estado têm enfrentado esse problema.

Figura 1 - Bagwall na Ilha da Croa, Alagoas - Brasil
A pesquisa que foi realizada tinha uma preocupação demonstrativa de verificar no litoral alagoano quais as espécies de obras de proteção costeira que estão sendo aplicadas. E pretendeu fazer uma análise qualitativa das obras encontradas no litoral - os questionamentos que foram levantados nas obras, foram: Elas recompõem a paisagem natural? Elas causam impactos ambientais positivos?

Figura 2 - Gabião em Ponta Verde, Alagoas

Os objetivos foram: mostrar a diversidade de obras de proteção costeira no litoral de Alagoas analisar seus impactos ambientais, e comparar as soluções de engenharia, a fim de opinar por uma das opções encontradas que promova a recuperação da praia natural recreativa. A hipótese principal é que a utilização de blocos de concreto – Bagwall (Figura 1) - é a solução de engenharia mais adequada para recuperação recreativa e da paisagem natural da praia. E a hipótese secundária é que as demais obras de engenharia causam problemas ambientais (Figura 2) e mais custo ao Estado.




Figura 3 - Espigão em Jequiá da Praia, Alagoas
Figura 4 - Enrocamento em Ponta Verde, Alagoas


A constatação das obras de proteção costeira aplicadas em Alagoas, foi feita por meio de visitas com relatório fotográfico. Na análise dos dados - foi utilizado o método comparativo, observamos que as obras realizadas no Estado apresentavam estruturas em sua maioria rígidas tais como muros de contenção, espigões, enrocamentos, gabiões, quebra-mares e comparamos com a obra de engenharia Bagwall também realizada no estado - percebemos que as outras tecnologias mencionadas descaracterizam a paisagem natural (Figura 3), identidade da frente de praia (Figura 4 e 5), e na maioria das vezes constituem uma tentativa frustrada de conter o avanço do mar (Figura 6).

Figura 5 - Muro Vertical em Ponta Verde, Alagoas
Figura 6 - Concreto Ensacado em Sauachuy
Os métodos utilizados para chegar nas conclusões qualitativas do trabalho foram os dois principais métodos de validação utilizados no meio científico que são: o Método Hipotético Dedutivo e o Método Indutivo. O primeiro é conhecido como Método das tentativas e eliminação de erros, isto é, observamos que várias tentativas das obras de proteção costeira foram feitas no litoral alagoano e os resultados não atenderam ao que nos propomos investigar. Por meio desse método percebemos que é preciso eliminar o erro. O segundo é conhecido como Método das coincidências constantes, isto é, se uma determinada experiência é feita em vários locais e o resultado foi alcançado, significa que se essa experiência for repetida obterá êxito - fato que constatamos com o Bagwall.

Autor: Marco Lyra Filho

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