Monitoramento do Bagwall no Icaraí indica recuperação da praia


Bagwall monitoring in Icaraí indicates restoration the beach
Em dezembro de 2011, foi publicada uma Nota Técnica na Revista Gestão Costeira Integrada, Volume 11(4), com o título “Recuperação de praias com o uso do Dissipador de Energia Bagwall no litoral dos Estados de Alagoas e do Ceará”, naquela oportunidade observamos que após a instalação do Bagwall nos locais com forte processo erosivo, o sistema interagia de maneira que a incidência do trem de ondas nas paredes do dissipador forma ondas reativas, que reduzem a velocidade de impacto do trem de ondas subseqüente, promovendo a deposição de sedimentos, estabelecendo um processo de estabilização do processo erosivo no local com tendência ao equilíbrio do perfil praial. Paralelo a isso, o monitoramento da obra foi realizado por uma equipe multidisciplinar chefiada pelo MSc. Davis Pereira de Paula, cujos resultados preliminares indicam uma perspectiva de recuperação da praia do Icaraí.

De acordo com o relatório preliminar do monitoramento foram escolhidos cinco pontos com seções de controle morfo-sedimentar que foram avaliados mensalmente. Três pontos estão localizados na zona intervencionada com o Bagwall e os outros dois fora da influência da obra.

Preliminarmente foi possível observar que a construção do dissipador de energia estabilizou a linha de costa intervencionada, evitando o avanço do mar sobre o patrimônio edificado. Nos trechos costeiros não intervencionados a linha de costa não está estabilizada, o que é normal, porém se observou uma forte erosão nas dunas no sentido Icaraí – Pacheco, com recuo de cerca de 20 metros em menos de um ano.

Outra observação importante é que as variações volumétricas do pacote sedimentar inserido dentro da área diretamente afetada pelo Bagwall indicam uma relação de troca de sedimentos entre a praia emersa e a submersa. O que é importante para o equilíbrio morfológico da praia. Também é possível observar uma harmonização do Zero Hidrográfico entre as seções influenciadas pelo Bagwall, o que antes não era evidente.
Foto 1 – Trecho antes da construção do Bagwall – Setembro/2010.
Foto 2 – Mesmo trecho depois da construção do Bagwall – Dezembro/2011.
Assim, podemos inferir que o perfil de praia da zona intervencionada está se adaptando a nova dinâmica morfo-sedimentar induzida pelo dissipador de energia Bagwall. Os resultados obtidos levam a crer que a costa está entrando em equilíbrio dinâmico com o clima oceanográfico (ondas e marés), adaptando seu perfil de equilíbrio as condições de agitação marítima local.

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