Nível do mar ameaça Ásia e EUA

Foto: Eustaquio Santimano / Creative Commons
Onde irão parar os desalojados do clima?

Quando se pensa em níveis do mar e seus prováveis impactos, o foco fica em locais de terras baixas e de escassa população, como Ilhas Maldivas, Tuvalu, ou Kiribati, cuja submersão é quase uma certeza. Ocasionalmente lembramos de riscos em outros locais, como a Holanda. Ou Nova Orleans.

Mas informações recentes aumentam o horizonte de nossas preocupações. Há ameaças para cidades grandes e altamente populosas, no sudeste e centro da Ásia. E as regiões costeiras dos Estados Unidos não estão isentas de problemas.

Uma análise do Banco de Desenvolvimento Asiático sugere que o aumento do nível do mar, impulsionado pelo aquecimento global, pode ameaçar até um terço da população do sudeste da Ásia com evacuação, em face a enchentes e outros desastres no correr deste século.

Cerca de 42 milhões de asiáticos já foram desalojados pelo clima em 2010 e 2011, e estas pessoas tiveram de se realocar para outros territórios – muito provavelmente, em grandes cidades. No entanto, elas não podem oferecer grande refúgio, porque também estão em áreas costeiras de risco. No sudoeste da Ásia, estas cidades incluem Guangzhou, Seul e Nagoya. Também são vulneráveis a capital de Balgladesh, Daca, assim como Calcutá e Chennai. Partes substanciais de Mumbai, uma cidade de cerca de 20 milhões de pessoas, já estão abaixo do nível do mar.

No ano passado, fortes chuvas sobrecarregaram o sistema do rio Chao Phraya, sobre o qual Bangkok está assentada, e a capital tailandesa conseguiu evitar por pouco uma catástrofe. Centenas morreram, e o Banco Mundial estimou os danos econômicos em U$ 64 bilhões.

Estes efeitos podem parecer apenas locais, mas eles se espalham por toda a economia global, cada vez mais interligada e, no momento, bastante fragilizada. São catástrofes regionais com consequências mundiais.

Nos Estados Unidos, cerca de 3.7 milhões de pessoas moram a metros da maré alta e corren o risco de inundações nas próximas décadas. Se o ritmo de elevação do mar se acelerar como se espera, enchentes costeiras, que foram um dia muito raras, irão se tornam fatos cotidianos até a metade deste século. A vulnerabilidade maior está nos estados de Louisiana, Califórnia, Nova York e Nova Jersey, mas o que mais preocupa é a Flórida. Sua costa fica a menos de um metro da linha atual do mar, lembra o Minneapolis Post.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

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