Obras de proteção costeira: rígidas ou flexíveis? Eis a questão.

O problema da erosão resulta essencialmente de um conflito entre um processo natural, o recuo da linha de costa, e a atividade humana, a solução do problema passa necessariamente pela questão do uso do solo na zona costeira. As Tentativas de se estabilizar a posição da linha de costa através de obras de engenharia a exemplo de quebra-mares, espigões, enrocamentos, etc., tem se mostrado ineficientes em controlar o fenômeno, e geralmente implicam na destruição da praia recreativa.

Enrocamento arrumado, praia de Piedade, Jaboatão do Guararapes - PE

Espigão na praia de Iracema, Fortaleza -CE


As experiências apontam que na maioria das obras costeiras rígidas o controle do processo erosivo quando ocorre, no máximo transferem a erosão para áreas adjacentes.

Engorda de Praia Conceição da Barra - ES


As obras costeiras flexíveis especificamente as engordas artificiais de praia, que consistem na acreção de praia através de dragagem de areia não contaminada. Estas obras quando viáveis do ponto de vista técnico apresentam no bojo de suas intervenções obras rígidas complementares, na tentativa de fixar o material flexível prorrogando a durabilidade da obra para eventual manutenção. Como há necessidade de manutenção em media a cada cinco ou seis anos com reposição do material flexível, significa dizer que essas obras podem até num determinado momento controlar o processo erosivo, mas não estabilizam o perfil de praia, isto é, o local permanece com erosão.


Bagwall, praia do Icaraí, Caucaia - CE

Diante do dilema, encontrar uma solução com eficácia que seja rígida o suficiente para conter o avanço do mar e flexível o suficiente para aumentar a capacidade de recuperação da praia é a grande questão a ser resolvida.

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